Zebra sul-coreana

O apoio da torcida é um fator polêmico no esporte. Alguns dizem que faz toda a diferença, que influencia no desempenho dentro de quadra, enquanto existem atletas que juram não se importar. Nas Olimpíadas de Seul-1988, a equipe feminina de handebol da Coreia do Sul certamente se beneficiou de disputar a competição dentro de casa para protagonizar uma enorme zebra na competição.
 
A Seleção Sul-Coreana se isolou e se preparou intensamente para a competição, mas os resultados até então não eram nada animadores. No Mundial de 1986, a equipe empatou uma partida e perdeu quatro vezes, ficando com a modesta 11ª posição. Por isso, quando a Coreia se classificou em primeiro lugar no Grupo A, vencendo a Tchecoslováquia e os Estados Unidos e perdendo apenas para a Iugoslávia, a surpresa já foi geral.
 
No quadrangular final, que decidiu as medalhas, as sul-coreanas completaram a “missão impossível”. Com duas vitórias apertadíssimas sobre a Noruega (23 a 20) e sobre a União Soviética (21 a 19), com o apoio em massa da torcida, elas surpreenderam o mundo e conquistaram a medalha de ouro diante da apaixonada torcida. Quatro anos depois, em Barcelona, as sul-coreanas ainda repetiram a dose, faturando mais uma vez o ouro.

Volta por cima

O armador Bruno Souza, destaque do Brasil com dois títulos pan-americanos (Santo Domingo-2003 e Rio-2007), sofreu um acidente de carro em 1993, e teve o deslocamento de uma vértebra. Na época, os médicos o aconselharam a abandonar o handebol. Após três meses parado, Bruno voltou a competir e disse que se tornou um jogador mais agressivo. Em 2003, ele foi eleito terceiro melhor jogador do mundo pela Federação Internacional de Handebol.

Palavra da salvação

Na véspera da decisão do Pan-Americano de Santo Domingo-03, a seleção brasileira masculina recebeu uma palestra especial. A pedido do então treinador do time, Alberto Rigolo, o técnico de vôlei Bernardinho fez uma visita à equipe antes da final. As palavras de incentivo deram certo: no dia seguinte, o Brasil conquistou seu primeiro título Pan-Americano, feito que repetiria no Pan do Rio, em 2007. O bicampeonato garantiu a vaga em Pequim.

Nas alturas

Não era a disputa do vôlei, nem de basquete. Mas a equipe masculina da União Soviética contou com um plantel em que o principal destaque era a altura de seus jogadores, para os Jogos Olímpicos de Seul, na Coréia do Sul, em 1988. A média de altura dos jogadores seleção soviética, foi de 1,94m. Embalado pela qualidade e a força de suas estrelas, o time atropelou seus adversários. O ouro foi conquistado após a decisão, que foi disputada contra o time da casa.

VOCÊ SABIA?
  • A jogadora Roswitha Krause conquistou a prata no handebol pela Alemanha Oriental, na disputa dos Jogos Olímpicos de Montréal-1976. No entanto, oito anos antes, ela já havia subido ao seu primeiro pódio olímpico: Roswitha foi bronze no revezamento 4 x 100 m livre da natação, na Cidade do México-1968.
  • Considerado um dos melhores jogadores do mundo, o alemão Stefan Kretzschmar, aposentado em 2007, cultivava a fama de "bad boy". Na última contagem que fez, descobriu que tinha pelo corpo sete piercings e 17 tatuagens. Ele também foi dono de um bar em Magdeburg, na Alemanha.
  • A maior pontuação obtida em um jogo de handebol foi registrada numa partida em que a União Soviética derrotou o Afeganistão por 86 a 2. O jogo foi válido pelo torneio "Friendly Army", realizado em Miskolc, Hungria, em agosto de 1981.
  • A decisão dos Jogos de Moscou-1980 se resolveu na prorrogação, 23 x 21, com vitória da Alemanha Oriental sobre a União Soviética. O gol da vitória foi de Hans-George Beyer, irmão mais novo de Udo Beyer, o recordista mundial do arremesso do peso e, no mesmo dia, medalha de bronze na modalidade.
  • Considerado por muitos como um esporte violento devido ao grande grau de contato físico, o maior perigo do handebol pode ser justamente sua bola. Os arremessos chegam a lançar a bola a uma velocidade de mais de 80 km/h e a uma distância do goleiro que pode ser menor de sete metros.
  • Tanto no masculino como no feminino, o domínio em Olimpíadas sempre foi da Europa. A primeira vez em que um país não-europeu levou o ouro foi em Seul-1988, quando a Coréia do Sul venceu no feminino. Entre os homens, este tabu ainda não caiu.